Aula 05 - 8º Ano

Corpos na Arte

Desde as primeiras manifestações artísticas visuais conhecidas, a representação visual do corpo humano acontece em grande parte das culturas. O olhar que se dirige ao corpo, no entanto, difere de uma época e de uma cultura para a outra. As obras de arte refletem as visões de cada sociedade sobre o corpo e a existência humana.

O corpo humano tem sido um dos temas mais comuns entre os artistas. Ele aparece representado em pinturas, fotografias e esculturas. Assim, ao longo do tempo, podemos encontrar vários tipos de representação da figura humana, desde as esculturas de pedra da Antiguidade até os grafites realizados nos muros das grandes cidades atuais.

As figuras humanas criadas pelos artistas podem ser, por exemplo, retratos de pessoas, personagens inspirados em textos literários ou podem representar deuses. A figura humana pode ser usada para ilustrar um sentimento ou um valor abstrato, como a esperança, o amor, a liberdade.

Veja os exemplos abaixo:


Pintura Rupestre da Serra da Capivara (PI)
Realizada entre 12 a 6 mil anos atrás pelos povos que habitavam o território que hoje corresponde ao estado do Piauí, vê-se a representação de corpos humanos muito simplificados. Poucas linhas são suficientes para que se perceba se tratar de seres humanos e parecem sugerir movimento, como se estivessem dançando.


A Vênus ou Mulher de Willendorf
Pequena estatueta de pedra de 11,1 cm de altura, foi descoberta em 1908, em um sítio arqueológico em Willendorf, na Áustria. Estima-se que tenha sido feita há mais de 20000 anos. O nome "vênus" lhe foi dado por associação com a deusa romana da beleza na Antiguidade, por acreditar-se que essa figura de formas arredondadas representasse uma deusa ou o ideal de beleza da época.

Em pintura na câmara tumular de Nefertiti, mulher do faraó Ramsés II, de 2000 a.C., é possível ver como como antigos egípcios representavam o corpo humano com um padrão rígido de formas e proporções. Os rostos são desenhados de perfil, a parte acima da cintura, de frente, as mãos mão possuem distinção entre direita e esquerda. Os egípcios se preocupavam em destacar na imagem as partes que consideravam principais para seu reconhecimento.


Afrodite Braschi. Cópis romana da Afrodite de Cnido, de Praxíteles (cerca de 350 a.C.) 1,52 m de altura.
Para os gregos antigos não havia a ideia de pecado e vergonha associada ao corpo e à nudez, e o corpo humano nu era a expressão máxima da beleza humana. Sua religiosidade também era muito importante. Muitas obras de arte grega representam os deuses e deusas que cultuavam, e mesmo essas figuras divinas eram mostradas nuas ou seminuas.
   

Hermes com Dionísio criança, de Praxíteles, c. 400-330 a.C. escultura de mármore, 210 cm de altura. Museu Arqueológico de Olímpia (Grécia)
Esta escultura de mármore foi feita pelo artista Praxíteles. Ela representa o deus grego Hermes, que segura em um dos braços o deus Dionísio ainda criança. Os escultores gregos estudavam o corpo dos atletas, buscando proporções perfeitas para representar seus deuses. Assim, na maioria das obras, esses artistas representaram figuras com uma beleza idealizada.

Discóbulo. Cópia romana do original grego de Míron ( século 5 a. C.). Mármore.
O Discóbulo , do escultor Míron, que representa um atleta lançador de discos, é considerada uma das obras iniciais de um período da Grécia Antiga em que predominou a representação naturalista do corpo, no qual a obra de arte buscava copiar a natureza em sua maior perfeição. Esse período foi chamado de clássico. Interessava aos artistas que o corpo fosse representado dentro das proporções corretas, o mais parecido possível com a realidade, mas expressando também os ideais da sociedade da época, de harmonia e equilíbrio.
 
Madona e criança (Cerca de 1290-1300), de Duccio di Buoninsegna. Têmpera sobre madeira, 23,8 cm x 16,5 cm.
Representa Maria e o menino Jesus. Suas figuras são simplificadas, feitas com poucas linhas, e somente vemos rostos, mãos e pés. O menino se parece pouco com uma criança de verdade, lembrando mais um pequeno adulto. Não há quase profundidade na representação dos corpos e também o fundo, dourado, é plano, sem mostrar um lugar, remetendo a um lugar mais divino e espiritual do que terreno.
 
Madonna Litta (1490-1491), atribuída a Leonardo da Vinci. Têmpera e óleo sobre tela, 42 cm x 33 cm
No renascimento foram criadas técnicas que buscavam aperfeiçoar formas de transmitir a ilusão de realidade nas figuras humanas e nos espaços representados. O emprego de luz e sombra nas figuras dá volume aos corpos, e o contraste forte com o fundo escuro as coloca em destaque, assim como as janelas.
 

Estudos da anatomia do ombro, de Leonardo da Vinci, 1510. Pena e tinta sobre papel, 28,4 cm x 19,7 com. Coleção Real, Londres (Reino Unido)
Leonardo da Vinci tinha interesse científico pelo corpo humano. Ele dissecava cadáveres para estudar como era o funcionamento e a forma dos músculos. Tinha por objetivo conhecer o organismo humano e aprender a representar de maneira realista a sua expressão e o seu movimento.

 
Detalhe do teto da Capela Sistina, de Michelangelo, 1508-1512. Afresco. Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano (Itália).
Esta cena foi pintada pelo artista italiano Michelangelo., no teto da Capela Sistina, no Vaticano. Nesta obra, de tema religioso, o artista representou o momento da criação do homem, quando Deus, com seu dedo indicador, deu vida ao corpo de Adão.

 
Máscara Gèlédè (sec 19) do povo Ioruba. Madeira. 63,5 cm.
A máscara Gèlédè, do século 19, feita em madeira, com 63,5 cm, é na realidade um adereço usado sobre a cabeça, em cerimônias que celebram divindades e ancestrais femininas do povo Iorubá, na áfrica Ocidental. Nela é possível ver a simplificação das formas na representação dos corpos, característica comum na arte tradicional de diferentes povos africanos.


Narciso (cerca de 1597-1599), de Caravaggio. Óleo sobre tela. 110 cm x 92 cm.
Retrata um mito grego da Antiguidade, o mito de Narciso, que o pinto italiano Caravaggio procurou representar em sua pintura. O mito grego de narciso conta a história de um moço muito bonito que, por conta de uma profecia, havia sido orientado, desde o nascimento, a nunca ver a própria imagem. Na pintura, vê-se o momento em que, sem querer, Narciso se vê refletido na superfície de um rio e apaixona-se perdidamente pela própria imagem, sem saber tratar-se de si mesmo. Obcecado, ele morre ao se atirar na água.
 
As três Graças, de Peter Paul Rubens, c. 1635. óleo sobre madeira, 221 cm x 181 cm. Museu do Prado, Madri (Espanha)
 Nesta obra, Peter Paul Rubens, representou um tema da mitologia grega tratado por muitos artistas: as três Graças. Segundo a mitologia, as Graças eram filhas de Zeus e representavam respectivamente a festa, a alegria e o amor. 


O beijo, de Auguste Rodin, 1886. Escultura de bronze.
Suas esculturas expressão emoção e sentimento. O artista, por meio de um tema tão universal como o corpo humano, revolucionou a arte de sua época. Para familiarizar-se com a anatomia humana, Rodin costumava ter modelos andando nus em seu ateliê, o que escandalizava a sociedade de seu tempo.

 
Pescadores, de Di Cavalcanti, 1951. Óleo sobre tela., 114 cm x 162 cm. Museu de arte Contemporânea da USP (SP).
A figura humana predomina na obra do artista brasileiro Di cavalcanti. Em suas pinturas, frequentemente são retratados personagens com corpos fortes, como os pescadores na tela Pescadores. Di cavalcanti foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna, em 1922, e, assim como outros artistas de sua época, preocupou-se em representar os tipos brasileiros. Observe o tamanho das mãos dos personagens.

 
Naná, de Nikide Saint-Phalle. Escultura
Esta escultura representa uma "naná", nome dado a todas as figuras femininas produzidas pela artista, gíria francesa que significa "garota", A escultora criou mulheres de corpos arredondados e, por vezes, de aparência engraçada, aplicando em seus trabalhos diversas cores e padrões estampados.





TAREFA:
A tarefa de hoje é ler o texto desta aula e observar a representação do corpo em cada uma das imagens. Preste atenção em como os elementos  formais usados para representar o corpo contribuem para passar diferentes sensações  sobre as obras. Observe o uso das formas, as técnicas e materiais variados, além das diferentes épocas e culturas, algumas bem antigas, e a diversidade cultural à qual elas remetem. Lembrem-se do que foi falado na introdução do texto, as obras de arte refletem as visões de cada sociedade sobre o corpo e a existência humana. Tire suas conclusões sobre o que você leu e viu, anote em seu caderno. Não é necessário enviar por e-mail. Se desejar, pode procurar outras obras que remetam a ideia do corpo na arte. Qual a sua obra preferida?





Fontes Bibliográfica:

Bozzano, Hugo Luis Barbosa. Janelas da Arte: 8º ano/ Hugo Luis Barbosa Bozzano, perla Frenda, Tatiane Gusmão. 2 edição - Barueri [SP] : IBEP, 2018.

Meira, Beá. Projeto radix: arte, 8º ano/ Beá Meira - São Paulo: Scipione, 2009 - [Coleção Projeto Radix]



Bom estudo!












Comentários

  1. Professora aqui diz que não precisa enviar por gmail mas na trilha de aprendizagem diz para enviar , devo ou não enviar?

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    Respostas
    1. Boa noite! Pode seguir as orientações do blog. Nesta aula não precisa enviar por e-mail. A Trilha foi enviada antes da aula ser postada. Não vi a necessidade de enviar para correção porque é uma resposta pessoal. Responda em seu caderno. Ok?
      Um grande abraço!

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